Um dos sócios da Cannabiz Holding deu uma entrevista para o portal Cannalize sobre sua experiência com a Cannabis Medicinal no Brasil e como empreendedor do ramo.
Há alguns anos, Gustavo Vicente, de 32 anos, nunca pensava na cannabis como tratamento, mas sempre como uma atividade de lazer no final do dia. Na verdade, o empresário e publicitário nem sabia que existia regulamentação para a cannabis no Brasil.
Hoje, ele e seu sócio atuam em negócios exclusivos para o mercado de cannabis, como importadores de produtos, clínicas especializadas e até escritórios de advocacia dedicados a pacientes com cannabis que precisam de soluções jurídicas.
Mas segundo o publicitário, sua maior conquista foi conseguir o famoso salvo-conduto, que dá direito ao cultivo de cannabis para fins medicinais sem ser preso.
Vicente sempre foi uma pessoa ansiosa, mas seu problema piorou quando iniciou o bruxismo por conta da ansiedade. Ele acordou com dores na mandíbula e muitas vezes teve dificuldade para abrir a boca devido à rigidez.
As causas mais comuns incluem estresse, tensão e, claro, ansiedade.
Por outro lado, até então Gustavo não sabia como funciona a legislação sobre cannabis no Brasil.
“Cannabis legalizada no Brasil?”
No ano passado, o seu amigo João Vitor, hoje um dos seus sócios, disse-lhe que era possível ter acesso legal à cannabis, mas ele não acreditava que fosse possível.
“Quando ele falou sobre isso pela primeira vez, eu ri na cara dele. “Cannabis Legalizada no Brasil? Tá brincando, né, João?’”, diz.
“Descobri o que quero fazer para o resto da vida”, diz o empresário
Seu amigo insistiu que ele fosse ao médico. Não demorou muito para que o empresário importasse os primeiros produtos.
“Na primeira vez que tomei o óleo, senti uma diferença enorme, principalmente no quesito ansiedade. Sou uma pessoa muito enérgica e o óleo me deixa mais calmo e focado no trabalho, menos angustiado”, afirma.
O publicitário diz ainda que esta melhoria se refletiu na redução dos tremores e do bruxismo.
Entrando no mercado de cannabis
Quando Vicente percebeu os benefícios da cannabis, percebeu que valia a pena entrar nesta indústria. Principalmente para ajudar quem precisa da cannabis como tratamento.
Juntamente com alguns parceiros, começou a desenvolver algumas soluções para disponibilizar cannabis aos pacientes. “Quando trabalhei nesse mercado, me encontrei. Percebi o que quero fazer para o resto da minha vida.” Conta.
O negócio do qual o empreendedor faz parte ainda não é lucrativo, mas ele entende que isso é apenas o começo. Vicente está gradualmente a abandonar a sua antiga agência para se dedicar exclusivamente ao mundo da cannabis.
“Temos preconceito de todos os lados, desde forma de pagamento, plataforma de publicidade até bloqueio de nossas contas no Instagram. Mas acreditamos que isso vai mudar, estamos trabalhando muito para que isso aconteça”, afirma.
Ao saber que poderia cultivar maconha em casa, Gustavo passou a passar por todos os trâmites para obter salvo-conduto por meio de habeas corpus.
“Já vi gente fazer isso também porque a burocracia da importação é difícil, cara e cheia de problemas. Então eles buscam o cultivo para que só tenham o problema burocrático uma vez. Espero que um dia todos cultivem isso em casa, que ninguém tenha que passar por essa burocracia de ter que estar em situação de crime para conseguir o Habeas Corpus”, acrescenta.